Falar que Cauã Reymond é lindo já virou lugar comum, apesar de ser inevitável o clichê. Porém, mais do que por sua beleza, o galã de 30 anos - ele completa 31 em 20 de maio - vem se destacando nos últimos trabalhos por interpretar com firmeza personagens não muito fáceis para um jovem ator.

Ainda mais se considerarmos que este mesmo ator começou em papéis relativamente fracos do ponto de vista de densidade dramática. Maumau, de Malhação (2002), e Thor Sardinha (2004), de Da Cor do Pecado, não eram exatamente o que podemos chamar de personagens com diversas nuances.

Contundo, ao interpretar Halley, em A Favorita, de 2008, crítica e público começaram a perceber que o rapaz tinha talento. Pela atuação, ele ganhou diversos troféus, na época. Como Danilo, de Passione, veio a certeza que Cauã não era apenas mais um rostinho bonito. Mesmo porque ele se deixou ‘enfeiurar’ (como se isso fosse possível!) para dar veracidade ao rapaz viciado em crack.

Sem medo de desgastar sua imagem, o ator aceitou de pronto o convite para ser Jesuíno, o mocinho de Cordel Encantado, novela das 18h da Globo/TV Bahia. “Concordo de uma certa forma com as pessoas que criticam que os atores não descansam a imagem.

Mas o Jesuíno não tem nada a ver com o Danilo. São personagens muito diferentes um do outro”, ressalta. E, apesar do pouco tempo de preparação para o novo desafio, não ficou um resquício sequer do Danilo de Passione. Coisa, assim, de gente talentosa.

Preparação
Surfista, adepto de malhação e menino típico da cidade grande, para viver o sertanejo Jesuíno, Cauã Reymond se jogou de cabeça na cultura do Nordeste. O ator estudou a história do cangaço, ouviu muito forró e ainda teve que aprender a montar a cavalo. “Eu me preparei bastante para fazer o Jesuíno. Fiz aula de prosódia, montaria...”, conta.

A preparação também incluiu assistir várias vezes aos filme Narradores de Javé e Deus e o Diabo na Terra do Sol, clássico de Glauber Rocha, além da série Grande Sertão: Veredas.

Sair de um personagem carregado de drama e tristeza, como Danilo, e partir para um papel mais leve, como Jesuíno, foi ótimo para Cauã. “Estou resgatando meu lado romântico. Minha mulher (a atriz Grazi Massafera) está adorando, agora chego em casa mais calmo, não preciso mais tomar banho de sal grosso”, brinca.

Filmes
Em Cordel Encantado, o bonitão trabalha pela segunda vez com a atriz Bianca Bin. O romance dos personagens dos dois não vingou em Passione, mas, agora, eles formam um dos casais mais fofos da atual teledramaturgia, como Açucena e Jesuíno. “Eu e a Bianca Bin estamos nos dando muito bem. Arrisco dizer que estamos com uma baita química, que talvez a gente não tenha tido em Passione”.

E para quem ainda duvida do talento de Cauã Reymond, este ano será possível vê-lo nos cinemas, longe de sua zona de conforto, interpretando personagens bem diversos. Na sexta-feira, estreia Não se Pode Viver Sem Amor. Em junho, é a vez de Estamos Juntos, em que vive um DJ homossexual. Ainda estão previstos Meu País e Borboletas Indômitas.

Assim que terminar Cordel Encantado, que tem previsão de seis meses de duração, o moreno estará no filme Dois Macacos Mais Um, de Michele Matalon e Rafael Primot.

Apesar das investidas na telona, Cauã não nega suas raízes na televisão e nem pensa em se afastar dela. “Gosto de todos os trabalhos que fiz, tanto no cinema como no teatro, mas minha paixão são as novelas. A comunicação com milhões de telespectadores me seduz. São muitas pessoas enxergando seu trabalho. É muito especial”.

Marcadores: