Tony Ramos e Cauã Reymond encaram personagens transgressores em fim de semana que tem ainda estreia de comédia do irreverente ator de ‘Borat’

Cauã Reymond diz que bebeu e fumou para perder pinta de galã em ‘Se Nada Mais Der Certo’, estreia dos cinemas como o recordista Tony Ramos e a comédia estilo ‘Borat’

Rio - Entre os sete filmes que estreiam hoje nos cinemas, um em especial chega com maior dose de expectativa: ‘Tempos de Paz’, de Daniel Filho, com Tony Ramos e Dan Stulbach. Se não tivesse conquistado a maior bilheteria da retomada do cinema nacional — 6 milhões de ingressos — com ‘Se Eu Fosse Você 2’, talvez o diretor não encarasse a pressão do lançamento de filmes como ‘Força G’, nova animação em 3D da Disney, em 28 salas. Ou o polêmico ‘Brüno’, com Sacha Baron Cohen (de ‘Borat’), US$ 30,4 milhões nos EUA na primeira semana, e ainda o carisma de Cauã Reymond em ‘Se Nada Mais Der Certo’, de José Eduardo Belmonte. Fora o fôlego de ‘Era do Gelo 3’ que, desde junho, já foi visto por mais de 8,3 milhões de pessoas.

CAUÃ FUMOU E BEBEU EM CENA PARA PERDER JEITINHO DE GALÃ

Para compor o jornalista desiludido Leo, de ‘Se Nada Mais Der Certo’, de José Eduardo Belmonte, Cauã Reymond passou a fumar, bebeu e visitou casas de prostituição. Também em cartaz com ‘À Deriva’, ele em breve lança os longas ‘Não se Pode Viver sem Amor’ (Jorge Durán) e ‘Reis e Ratos’ (Mauro Lima).

1. É verdade que você fumou e até apareceu bêbado em algumas cenas?

Eu entrei em contato com um monte de coisa que eu não conhecia, de beber a visitar o universo do personagem. Fumei também para fazer o Eliseu de ‘Reis e Ratos’, traz um pouco de humanidade para o personagem. Desconstrói essa minha imagem de atleta e homem saudável.

2. Mas chegou a ficar bêbado?

— Teve uma cena em que tomei dois copos de vodca, fiquei um pouco alto. Aquela em que o Leo fala que os bancos são o mal do mundo. Mas não esqueci uma fala (risos), o Zé (Eduardo Belmonte) até comentou. Fumar foi ideia minha, sabia? Saí com o João Miguel para conhecer a Praça Roosevelt, a Augusta, as casas noturnas. Ele fumava cigarro de palha e veio a ideia. O João praticamente me ensinou a fumar.

3. Também parou de se exercitar?

-Durante o processo, não pratiquei esporte. Emocionalmente, foi um momento difícil, porque mudei completamente a minha rotina. Fumava um maço por dia. Muitas vezes, eu não estava em cena e fumava, porque achava que tinha a ver. Eu sentia uma falta enorme de correr e mergulhar. Uma saudade do Rio!

4. O José Eduardo Belmonte te fez morar em um lugar barulhento?

— Um apartamento barulhento, obra o dia inteiro, e não parava o barulho de carros. No terceiro dia, eu estava estressado como qualquer paulista (risos). E não foi combinado. Os grandes diretores aplicam essas peças. O Zé é muito bom. Ele faz exercícios de teatro nos ensaios e isso foi muito importante. Exercícios de espaço, de emoção, sem usar a fala. Todo mundo passou a se conhecer e a sentir o que os personagens sentiam uns pelos outros.

5. Você fez laboratório para viver o jornalista Leo?

—Ele é fracassado na profissão, então não me aprofundei. Conversei com gente que me entrevistou, os paparazzi, quanto a galera ganha ou não. É uma vida corrida e não é todo mundo que pode pesquisar antes de fazer uma entrevista. Entendi e tenho um pouco mais de compaixão. Mas tentei conhecer as casas noturnas, sentar no balcão, com Belmonte, o João. As pessoas falavam: “O que você está fazendo aqui?”, “Nunca pensei em você aqui, cara.” Eu tinha acabado de fazer ‘Eterna Magia’. Acho que se fosse depois de ‘A Favorita’, teria sido difícil.

Por Guilherme Scarpa e Kamille Viola

Fonte: O Dia

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